O meu vizinho deve pensar que eu sou assim, a modos que tontinha quando ouve-me dar palmas sem haver festa. E sem estar o Quim Barreiros a tocar. Sim, que aqui quando há festa os pimbas vêm todos que até ficam roucos de tanto cantar. Mas, voltemos...Por aqui, no meu rural, há uma epidemia de mosquitos, não há casa que se gabe de não ter pelo menos um. Eu, que nem sempre tenho o Dum Dum (passe a publicidade e não recebo nada por dizer isto), à mão e, como tenho as mãos à mão, bato palmas numa de acertar no demo do mosquito, e posso até me gabar que sou certeira, devia receber um louvor ou uma menção honrosa. Adiante, ainda há pouco um desses atormentava-me. Batia palmas e não acertava e o estapor fugia, quiçá conhece os meus tiques e truques. Tive de me valer do insecticida. Dei tanto que até não preciso de colocar perfume em mim. E, certamente, hoje, não há mosca que resista ao meu charme. Morre logo. Mas o pobre mosquito de perna longa e peito cheio jaz aqui ao meu lado e eu