Poder eu posso, mas com calma e quando puder

Domingo cheio de sol e de gente já em biquíni a passear o corpo pelo Paul do Mar...
Estava eu à beira do balcão para pedir duas caipirinhas quando um jovem com uma criança às cavalitas, muito educadamente, pedia-me licença para passar. Eu olhei para ele e mantive- me quieta, sem, contudo, desviar o olhar. Volta a pedir, mas em tom mais alto já com labaredas a sair dos olhos e dos ouvidos.
- Pode-se afastar, por favor? - pronunciando cada letra muito bem, não fosse eu estrangeira ou surda.
Olhei-lhe bem dentro do olho e a sorrir digo.
- Poder eu posso, mas só quando tirar o pé de cima do meu.
E as labaredas dos seus olhos transformaram-se em desculpas. E risos.

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